quarta-feira, 7 de julho de 2021
"A Cinza das Horas" - Manuel Bandeira (1917) 1º Edição
Primeira edição do primeiro livro do "Bardo". Tenho o prazer de incluir imagens
desta preciosidade no Blog, graças a generosidade do colecionador que guarda sua
custódia. Agradeço a gentileza de possibilitar a democratização dos detalhes
tipográficos desta raridade. Devido a sua tiragem de somente 200
exemplares,impressos na Typografia do Jornal do Commercio e custeados pelo
autor, é praticamente impossível encontrar um exemplar disponível. Segundo as
palavras de Manuel Bandeira em suas memórias (Itinerário de Pasárgada): "Não fiz
grande distribuição do folheto, senão entre parentes e amigos. E um dos motivos
foi que, tendo mandado um exemplar a Bilac, não recebi nenhuma resposta. Como na
ocasião tivesse conhecido em Petrópolis a Flexa Ribeiro e a Leal de Sousa,
ofereci-lhes o volume. Foram eles muito amáveis comigo. O primeiro dedicou-me
todo um rodapé na Notícia, onde colaborava semanalmente; e o segundo meia página
da Careta". Com influências tanto parnasianas quanto simbolistas, o livro
expurga sua angustia e o sofrimento de sua luta contra a doença.Novamente nas
palavras de Manuel Bandeira: "Nada tenho para dizer desses versos, senão que
ainda me parecem hoje, como me pareciam então, não transcender a minha
experiência pessoal, como se fossem simples queixumes de um doente desenganado,
coisa que pode ser comovente no plano humano, mas não no plano artístico. No
entanto, publiquei o livro, ainda que sem intenção de começar carreira
literária: desejava apenas dar-me a ilusão de não viver inteiramente ocioso".
Ratifico minha gratidão pela bondade do colecionador que me permitiu vincular
estas imagens aqui.
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