quarta-feira, 28 de julho de 2021

"MAFUÁ DO MALUNGO" - Manuel Bandeira (1948)

O Blog agradece mais uma gentil contribuição do colecionador que vem contribuindo para democratizar as imagens destas edições raras e pouco divulgadas na Internet. Entre 1947 e 1953 João Cabral de Melo Neto, servindo em Barcelona como diplomata, editou 14 volumes em sua prensa manual. Estas edições limitadas e artesanais formaram a coleção do "O Livro Inconsútil" (Sem costuras). Cabral desejava começar por uma obra de Manuel Bandeira mas por insegurança editorial iniciou a série com um volume de sua autoria: "Psicologia da Composição" (1947). Em 1948 finalmente saiu a obra de Bandeira "Mafuá do Malungo: Jogos Onomásticos e outros versos de circunstância". Transcrevo então um trecho de carta enviada por João Cabral, em 05/05/1948, a fim de esclarecer a tiragem (110 exemplares) da edição: "O navio Cabo de Hornos que daqui saiu no dia 5 levou os demais exemplares do livro. Guardei comigo os daquelas pessoas indicadas por você, os quais expedirei num desses dias. Mandei 82; com os oito dessas pessoas são noventa. Fiquei com vinte, como fundo de reserva, ficando claro que você pode dispor dos que precisar, quando se esgotem os seus. Está bem assim?" (Fonte: "Correspondência de Cabral com Bandeira e Drummond" - Flora Sussekind - 2001). Exemplar aqui exposto foi dedicado pelo "Bardo" para o poeta Dante Milano.














quarta-feira, 7 de julho de 2021

"A Cinza das Horas" - Manuel Bandeira (1917) 1º Edição

Primeira edição do primeiro livro do "Bardo". Tenho o prazer de incluir imagens desta preciosidade no Blog, graças a generosidade do colecionador que guarda sua custódia. Agradeço a gentileza de possibilitar a democratização dos detalhes tipográficos desta raridade. Devido a sua tiragem de somente 200 exemplares,impressos na Typografia do Jornal do Commercio e custeados pelo autor, é praticamente impossível encontrar um exemplar disponível. Segundo as palavras de Manuel Bandeira em suas memórias (Itinerário de Pasárgada): "Não fiz grande distribuição do folheto, senão entre parentes e amigos. E um dos motivos foi que, tendo mandado um exemplar a Bilac, não recebi nenhuma resposta. Como na ocasião tivesse conhecido em Petrópolis a Flexa Ribeiro e a Leal de Sousa, ofereci-lhes o volume. Foram eles muito amáveis comigo. O primeiro dedicou-me todo um rodapé na Notícia, onde colaborava semanalmente; e o segundo meia página da Careta". Com influências tanto parnasianas quanto simbolistas, o livro expurga sua angustia e o sofrimento de sua luta contra a doença.Novamente nas palavras de Manuel Bandeira: "Nada tenho para dizer desses versos, senão que ainda me parecem hoje, como me pareciam então, não transcender a minha experiência pessoal, como se fossem simples queixumes de um doente desenganado, coisa que pode ser comovente no plano humano, mas não no plano artístico. No entanto, publiquei o livro, ainda que sem intenção de começar carreira literária: desejava apenas dar-me a ilusão de não viver inteiramente ocioso". Ratifico minha gratidão pela bondade do colecionador que me permitiu vincular estas imagens aqui.